segunda-feira, 7 de setembro de 2009

MATUTANDO

O 7 DE SETEMBRO DO BRASIL PODERÁ OCORRER EM OUTUBRO



INDEPENDÊNCIA: Sf. Qualidade de independente; estado ou caráter de independente; liberdade, autonomia. (RIOS, Dermival. Dicionário do Estudante. Editora do Brasil S/A).

O dia de hoje, 7 de Setembro, mais do que um feriado comemorativo é um feriado de reflexão e luta. A independência, como muitas outras coisas dentro de uma sociedade, não se obtém por decreto, é uma conquista. Um filho não se torna independente de seus pais apenas por que atingiu a maioridade. É preciso mais. O “Independência ou morte” de D. Pedro não foi o fator determinante para que se concretizasse a separação a Portugal. E mais do que isso, deixar de ser colônia portuguesa não significava ser independente. Pelo menos do ponto de vista econômico. Sabemos muito bem da interferência Inglesa no processo de separação entre Brasil e Portugal, do qual privilégios econômicos e acordos políticos com os ingleses fizeram com que mudássemos apenas de “metrópole”.
Independência dos Estados Unidos, Revoluções Industrial, movimentos operários, Revolução Russa, Primeira Guerra Mundial. Novos acontecimentos foram redesenhando a história do mundo, novas potências surgiriam e a soberania brasileira mais uma vez é colocada em xeque. Os EUA passa a ser a metrópole da vez. Bases militares, dívidas exorbitantes, supervalorização da cultura gringa e a subserviência à política norte-americana marcaram essa relação “colônia-metrópole”.
Em 2002 é eleito o primeiro presidente de origem popular, rompendo com os mais de 500 anos de dominação burguesa. Muitos avanços, algumas decepções e frustrações marcam esse novo tempo da história brasileira. Mas quanto a independência mesmo, alguns dos esquerdistas, daqueles utópicos, gostariam que ela viesse com um belíssimo discurso de ruptura, com uma multidão de trabalhadores nas ruas gritando palavras de ordem do tipo: “Fora Bush!”. Num estilo campanha “O Brasil é nosso!”. Mas isso não aconteceu. Pelo menos a parte do discurso histórico e da multidão. Pelo contrário. Lula, o camarada presidente, até amigo do Bush ficou. Mas isso não impediu a autonomia do Brasil em suas decisões. Não adianta expulsão de diplomatas e discursos eufóricos como os do nosso vizinho Chávez se a independência realmente não se concretiza. No Brasil, apesar de não agradar muito os esquerdistas, a moderação e a cordialidade do presidente foram válidas.
Talvez haja ainda quem ache que somos submissos as vontades da Casa Branca. Mas isso já não tem me preocupado mais. Se ainda estamos presos a correntes americanas, acho que elas estão bem frouxas, nos permitindo fazer alguns movimentos que nos conduzirão a definitiva soberania. O problema é que temos, ainda, outros inimigos dos quais precisamos nos desacorrentar. Precisamos nos livrar do latifúndio, do desemprego, do desmatamento, da corrupção. Precisamos nos livrar dos maus políticos. O voto consciente é a chave para a independência. Portanto, se conseguirmos a prática do voto consciente não se admire se o 7 de setembro for comemorado em outubro. O mês em que o Brasil definitivamente aprendeu a votar e a ser independente.


LIBERDADE: é uma palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda. (Cecília Meireles).

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. olá Thiago.
    Parabéns pelo blog. eu adorei o texto.
    realmente falta na mente do brasileiro o sentimento de ser capaz. tão desiludido está a nação que nao acredita mais num Brasil que merece. Ainda há aquele sentimento "colonialista" de que o "que vem de fora é melhor..."
    infelizmente.

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  3. Oi Thiago,
    gosti muito do blog, tem a sua cara. Inteligente, crítico e jovial. Concordo e muito com o texto. Mas nós brasileiros precisamos avançar muito em termos de democracia...bom te ver por aqui. aparecerei mais vezes.
    Abraço
    Elina

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  4. PARABENS THIAGO,

    VOCÊ SABE MESMO USAR AS PALAVRAS CERTAS PARA CRITICAR AS COISAS CERTAS, ESPERO QUE SEU BLOG CONTINUI ASSIM, COM TEXTOS INTELIGENTES E CRITICO QUE RETRATA SUA MANEIRA DE VER AS COISAS SEM IMPOR A NOTICIA, MAS SIM COLOCANDO-A A DISPOSIÇÃO PARA QUE SEJA DISCUTIDA.
    ABRAÇO
    Ronyberto

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