"Não se pode dizer que é culpa da Dilma. Por mais que a oposição tenha usado isso, não convenceria (o eleitorado)", afirmou Coimbra.Segundo o diretor do instituto de pesquisa, "raríssimas pessoas fariam ligação entre ela e o apagão. Portanto, me parece que, do ponto de vista eleitoral, não deve ter impacto relevante".Coimbra afirmou que o cenário político atual é distinto do momento vivido nas eleições de 2002, quando o então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) sofreu um desgaste e não elegeu o candidato José Serra (PSDB). Naquele ano, Lula foi o vencedor do pleito após quatro candidaturas consecutivas."O que teve impacto relevante na (eleição) de 2002, não foi o fato de, em um determinado dia, o País ter ficado sem luz, mas o que foi muito ruim para a imagem do Fernando Henrique foi o racionamento (de energia elétrica). Foi as pessoas terem de discutir como iria funcionar o elevador e o sinal de trânsito ou em que horário poderiam tomar banho. O prejuízo da imagem de Fernando Henrique (ao longo de 2001) foi muito grave e uma das causas prováveis da derrota (nas urnas)", afirmou.Segundo Coimbra, FHC havia enfrentado antes do racionamento a crise cambial em 1999, que afetou gravemente a economia e desvalorizou o Real, pilar do seu governo."Em 2000, o governo foi se recuperando, mas quando chegou no inicio de 2001 - entre março e abril -, começou a crise energética, e o governo Fernando Henrique imbicou numa decrescente e não se recuperou mais. Em 2002, ele tinha nível de aprovação ótimo e bom em torno de 25%. O Lula tem hoje cerca de 70% de aprovação", disse.Segundo a pesquisa Vox Populi/Band, divulgada na última terça-feira, o índice de aprovação do presidente Lula subiu de 65% em outubro para 68% em novembro. A margem de erro é de 2,4%. Dois mil eleitores foram ouvidos em 170 municípios de todos os Estados, com execeção de Acre, Roraima e Rondônia.
Fonte: Terra